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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

tristeza na cidade.

Amanhã



Os carros passam pela avenida sem cessar, mas não os ouço mais.

É noite. Talvez o silêncio seja na verdade escuridão.

Chega um helicóptero inaudível. Sua luz não me cega, mesmo apontada para mim.

As pessoas param, falam. Mas não falam, pois não as escuto.

Tanta gente parada. A cidade não para. A cidade não silencia. Mas não ouço mais a cidade.

- Você não gosta mais de mim? Por que me ignora? Nem por educação me responde.

Todos dizem que a cidade é fria e, em seu silêncio, percebo isso. Fria, cada vez mais fria.

Sinto seu abraço, seu beijo. Me roubam o calor.

Sinto sua aspereza em meu rosto, me toca a face com mãos de concreto... ou de asfalto?

Me querem separar de você, mas não quero ir. Não me importa o silêncio, fico com você.

Sinto suas lágrimas quentes em meu corpo... quentes como nunca antes.

- Não chore, meu amor, ficarei aqui contigo. Sempre.

Somem as pessoas, os carros, tudo. Restamos nós.

Durmo no seu colo, no seu abraço. Deixe que amanhã é outro dia. Faremos as pazes.

Amanhã logo chega. Amanhã tudo se resolve. Amanhã

Um comentário:

  1. ode á cidade interessante. acho que esse ano dá pra lançar outro livro, abraços

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