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sexta-feira, 25 de maio de 2012

emoções investidas.

Sinos

Enquanto os sinos tocam no campanário eu procuro na multidão. Havíamos acertado de nos encontrar na pequena praça da matriz, na hora da primeira missa. Enquanto todos assistem ao culto, poderemos conversar, ela me disse.

A ansiedade me faz parecer assustado, que é justamente meu estado, pois tenho medo de não encontrá-la no meio de tanta gente. O repique intenso quase elimina o som das pessoas, ou elas realmente ficam quietas à sombra da igreja. Também estou quieto. Me pergunto se terei coragem de tentar sobrepujar o campanário e gritar quando a avistar.

Já estão quase se acabando os toques que clamam pelos fiéis. A multidão fica mais e mais rarefeita e ainda não a encontrei. O coração quase cessa suas batidas quando o último sino canta.

Silêncio e solidão. Passo a vista pelos bancos, árvores e o carrinho de pipoca. Nada. Sem que eu perceba o coração perdeu algumas batidas e voltou ao normal. Compro um pacote daquela pipoca doce colorida para adoçar a boca.

Pago com uma nota sem esperar troco. Cordial, o pipoqueiro sorri e se despede. Até domingo que vem.

Até.

Um comentário:

  1. belo texto, companheiro, tá saindo um livro de contos curtos, incisivos, sem delongas...

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