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quarta-feira, 27 de junho de 2012

histórias de desamores.

Corrente

Ela havia começado a fumar por influência dele. Não que o pegasse fumando ou fosse pressionada para que o fizesse, mas sentia o aroma do tabado mesclado com o cheiro de seu perfume e vinculou sua imagem dele àquela fragrância única.

Por isso, para mantê-lo de forma constante na mente, começou a fumar e comprou o mesmo perfume para usar.

Sentia uma paixão imensa, grande desejo e também amor. Ao menos dizia para si mesma que era amor. Como desejava que fosse também amor.

Mesmo assim, sempre que conversavam, nunca dizia que o amava. Nem mesmo que o desejava. Falavam sobre trivialidades, banalidades - nada de importante. Nada que a fizesse espantar o frio na barriga que sentia toda vez que estava com ele.

Foram longos anos e sua angústia crescia. Precisava dizer.

Mas um dia ele apareceu com a noiva. Casariam-se em maio. Ela ficou arrasada: largou do cigarro e trocou de perfume. Nem mesmo um momento juntos tiveram.

Um amigo tentou confortá-la da melhor maneira que pôde e, para tentar desviar seus pensamentos, perguntou, com sincera curiosidade, qual era o perfume que ela então usava. Secretamente pretendia usá-lo.

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